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Como se chama a casa de vidro para onde a protagonista vai viver?
Resposta: Sapato de Cristal
Vencedores:
01 – Helena Patrício
10 – Eduardo Franco
20 – Maria Major
30 – Fátima Rodrigues
40 – Maria Helena
Leia os primeiros capítulos de Confissões ao Luar e responda a esta questão: Como se chama a casa de vidro para onde a protagonista vai viver?
Envie a sua resposta para joanneharris@sapo.pt – e se estiver correcta e for a 1.ª, a 10.ª, a 20.ª, a 30.ª ou a 40.ª a chegar, ganha automaticamente um exemplar de Confissões ao Luar, de Alice Hoffman, que a ASA tem para oferecer. A data limite é quinta-feira.
Pode ler os primeiros capítulos do romance aqui.
Ela foi a sua primeira esposa mas, quando a viu pela primeira vez, não passava de uma jovem de dezassete anos chamada Arlyn Singer, de pé no alpendre à frente da casa, numa noite que pareceu suspensa no tempo. O pai de Arlyn falecera há pouco e o jantar após o funeral terminara poucas horas antes. Fora uma reunião triste: uma dúzia de vizinhos, sentados à volta da pesada mesa de mogno da sala de jantar, que ninguém usava há mais de uma década. Agora havia panelas de macarrão com queijo, um bolo de morango e uma travessa enorme com fruta; comida suficiente para um mês, caso Arlie tivesse algum apetite.
O pai de Arlyn tinha sido capitão de um ferryboat e o centro do mundo dela, em especial nos últimos anos; o capitão brilhara mais depois de preso nas garras da doença, tal como uma estrela cadente na escuridão. Antes um homem habitualmente calado, começara a contar histórias. Histórias de rochedos que apareciam na escuridão, de recifes misteriosos cujo único objectivo parecia ser afundar os ferries, de homens afogados que ele conhecera e que nunca tinham voltado. Com um lápis vermelho, desenhara-lhe mapas das estrelas que podiam conduzir um homem perdido até casa. Falou-lhe de uma tribo que vivia do outro lado da água, no distante Connecticut, que era capaz de fazer crescer asas quando confrontada com um desastre. Pareciam pessoas normais até o navio se afundar, ou o incêndio começar a alastrar, e, depois, de repente, revelavam-se. Só então conseguiam escapar.
Na sua mesa-de-cabeceira havia uma colecção de pedras que o capitão dizia ter engolido quando era jovem; afundara-se com um navio e fora o único sobrevivente. Num minuto estava de pé na coberta, no minuto seguinte estava por cima de tudo, no céu. Caíra depressa e com força sobre as águas do Connecticut, com a boca e a barriga cheias de pedras.
Quando o médico veio revelar ao capitão que não havia esperança, tomaram uma bebida juntos e, em vez de gelo, o capitão colocou uma pedra nos copos de whisky.
– Vai trazer-lhe boa sorte – dissera ao médico. – Tudo o que eu quero é que a minha filha seja feliz. É toda a sorte de que preciso.
Arlyn soluçara à cabeceira do pai e implorara-lhe que não a deixasse, mas isso não era uma opção nem uma escolha. O último conselho que o capitão lhe dera, enquanto ainda tinha voz, fora que o futuro era um território desconhecido e inesperado e que Arlyn devia estar preparada para quase tudo. Enquanto o pai definhava ficara arrasada pela dor, mas agora sentia-se desprovida de peso, como as pessoas se sentem quando já não têm a certeza de ainda terem alguma razão para se manterem presas a este mundo. A mais leve brisa poderia tê-la arrastado para o céu da noite, através do universo.
Arlyn agarrou-se ao corrimão do alpendre e inclinou-se sobre as azáleas. Flores vermelhas e cor-de-rosa, cheias de botões. Arlyn era uma optimista, apesar da sua actual situação. Era suficientemente jovem para ver o copo, não como meio cheio ou meio vazio, mas como um belo objecto que podia conter qualquer coisa. Murmurou uma promessa, como se o facto de a murmurar pudesse torná-la realidade.
O primeiro homem que descer esta rua será o meu único amor e eu ser-lhe-ei fiel enquanto ele me for fiel.
Girou duas vezes sobre si própria e susteve a respiração como forma de selar o acordo. Trazia o seu calçado preferido, que o pai lhe tinha comprado no Connecticut, sapatinhos de pele tão leves que era quase como se estivesse descalça. O cabelo ruivo dava-lhe pela cintura. Tinha setenta e quatro sardas no rosto – contara-as – e um nariz comprido e direito que o pai lhe garantira ser elegante, não grande. Viu o céu escurecer. Havia uma linha de cinzas lá emcima, bocadinhos de fuligem da chaminé. Talvez o pai estivesse lá no alto, a olhar por ela. Talvez estivesse a bater no caixão, a suplicar que o deixassem sair. Ou talvez ainda aqui estivesse com ela, no seu coração, fazendo com que lhe custasse respirar sempre que pensava na vida sem ele. Arlie sentia a solidão dentro de si mas também estava esperançosa. O passado era o passado. Agora era feita de vidro, transparente e claro. Era um instante no tempo. Uma noite húmida, duas estrelas no céu, uma linha de fuligem, um grupo de vizinhos conversadores, que mal a conheciam, na sala de jantar. Ela convencera-se de que o seu futuro chegaria pela rua onde vivera toda a sua vida, se esperasse o tempo suficiente. Se confiasse no destino.
Continue a ler Confissões ao Luar, de Alice Hoffman, aqui.
Alice Hoffman nasceu em 1952, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, mas cresceu em Long Island. É uma das escritoras norte-americanas mais consagradas da actualidade, os seus romances foram já traduzidos para mais de vinte línguas, tendo alguns sido adaptados para o cinema. Para além de O Terceiro Anjo, no catálogo da ASA figura já o seu romance Confissões ao Luar. Vive actualmente em Boston.
Para mais informações sobre a autora consulte o site www.alicehoffman.com
O amor pode unir. O amor pode ferir.
Mas apenas o amor pode salvar…
Arlyn Singer acredita no destino e no poder dos sentimentos. Naquele que será um dos momentos mais determinantes da sua vida, Arlyn pressente a chegada do seu grande amor. Mas o destino parece pregar-lhe uma partida ao colocar o frio e calculista John Moody no seu caminho. John é o oposto da sonhadora Arlyn. Contudo, a paixão entre ambos é arrebatadora e o casamento inevitável. A vida encarregar-se-á de os levar, a eles e aos seus filhos, a uma casa de vidro no campo, no Connecticut, mas também aos arranha-céus de Manhattan e às águas azuis do estreito de Long Island, sempre em busca de unidade familiar e identidade.
Um caminho de perda e redenção que inclui Sam, o filho de ambos, um artista brilhante e explosivo; Blanca, a bela solitária que tenta desesperadamente proteger o irmão do seu destino e que vive a sua própria vida num mundo habitado por livros; e Will, o neto, a braços com uma família fragmentada, emocional e misteriosa que, afinal, nada sabe sobre o amor.
Uma família tão real e tão frágil que poderia verdadeiramente ter existido para escrever a sua própria história. Um livro impossível de esquecer, que exigirá um novo olhar sobre a vida familiar e os laços que nos unem.
“Dilacerante e belo… Um dos melhores romances de Alice Hoffman.”
Kirkus Reviews
“Absolutamente original e impressionante.”
Parade
“Num romance que se lê como um sonho, Alice Hoffman recorda ao leitor que o amor e a família constituem a mais poderosa das magias.”
Philadelphia Inquirer
“Assombroso… As personagens e as suas histórias ficarão connosco muito depois de virarmos a última página.”
St. Louis Post-Dispatch
“Um dos melhores romances de Alice Hoffman… Em Confissões ao Luar, a romancista escreveu uma história com personagens verdadeiramente inesquecíveis. Um romance para ser saboreado.”
Baltimore Sun
“Confissões ao Luar é o romance mais cativante de Alice Hoffman.”
More
“Um romance sensacionalmente poderoso.”
Atlanta Journal-Constitution
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